quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Connosco para sempre



Desde de bebé que familiarizei o meu cachopo com os espelhos que temos cá por casa. Começou por ser um elemento intrigante, até despertar a curiosidade de um mundo paralelo que ali se anunciava, um amigo, compincha, cúmplice das suas traquinices, gargalhadas, coreografias e canções. Ultimamente o espelho passou a guardar outro momento da nossa rotina.  Quando o vou deitar ele pede-me para irmos até ao espelho grande. Pego-o ao colo. Ficamos em silêncio abraçados a sorrir para o espelho: São breves instantes, é como se estivéssemos a tirar uma fotografia só que o fazemos sem máquina, apenas com o nosso olhar e que depois aconchegamos na nossa memória. Sou uma pessoa sempre sedenta de emoções, tenho dificuldade em tirar fotografias, porque o resultado fica, na maioria das vezes, muito aquém da experiência emocional que determinada paisagem ou situação me provocou. Por isso, estas fotografias com o olhar têm sido uma descoberta. Não precisam ser reveladas, basta serem sentidas para ficarmos com as emoções à flor  da pele.

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