quarta-feira, 17 de abril de 2013

Viagem até à Escolinha


Com o tempo a melhorar, comecei a ir levar o cachopo a pé até à escola. Quando saímos de casa, dá um bocado de luta, pois não quer dar a mão, tem vontade de correr até à escola a desbravar caminho. Depois de algumas negociações entre ir de carrinho ou ao colo, acaba por dizer: "A mão!" E pronto, lá seguimos viagem a pé e de mão dada. Cumprimenta as pessoas, conta os degraus que sobe e que desce, diz "olá" aos cães e aos "piu-pius" e pára para apreciar os aviões que passam. Fazemos os dois o caminho deliciados. Ele observa tudo com a frescura própria de uma criança e eu, inevitavelmente, mergulho no seu olhar. Quando me apercebo também eu me sinto uma criança com um olhar inocente sobre as coisas, ali estou de mão dada com o meu amigo mais novo. É uma sensação cheia de magia. Chegamos à escola. Ele toca a campainha e depois entramos os dois. Tiro-lhe o chapéu e visto-lhe a bata e a seguir ele vai para a sua sala, fazer actividades, ouvir a história do início do dia, fazer pinturas, jogos de encaixe, almoçar numa sala com mesas e cadeiras à sua medida.  E a mim, ninguém me veste um bata para eu também ir brincar? "Não, Sónia... tens que ir ganhar o pão." Quando ele não dá por isso, permaneço, por breves instantes, a apreciá-lo com uma vontade enorme de ficar ali a ouvir histórias de mão dada com meu amigo pequenino. 

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