terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Passa-me aí as Codornizes!



Há uma proeza que eu e a minha mana fazemos, que é qualquer coisa de genial e fantástica. Qual é então essa façanha, perguntam vocês. Tocar piano a quatro mãos? Não. Ginástica sincronizada dentro de água? Não. Um espectáculo de pirotecnia? Não. Trata-se do seguinte: utilização de palavras em contextos nunca antes vistos, num rodízio recheado de assuntos. Passo a explicar, talvez com um exemplo seja mais fácil:

- Então já compraste o fato "espacial"?
- Ainda não, porque queria levar as barbatanas cor-de-rosa e ainda não encontrei nada que combinasse...
- Preciso que me devolvas, o, o, o.... meu balde....
- Oh, mas este fim-de-semana ainda preciso de fazer alguns castelitos... Devolvo-te no domingo.
- Olha, também podes levar um lenço rosa e usar maquilhagem de festa tipo, tipo... Pintarolas rosa. Não são pintarolas, mas agora também não me lembro do nome.
. Sim, eu também não me recordo, mas sei o que queres dizer. Se calhar, é uma boa ideia e assim a escolha da bata festiva tornava-se mais simples.
- Já agora, passa-me aí as codornizes, que o cachopo ainda se constipa.

( Em 40 segundos, falámos de um vestido para ir a uma festa, de sapatos, de formas para bolos, maquilhagem com purpurinas e calçamos as meias ao cachopo.)

O que é que ganhamos com isto? Muita coisa: uma conversa super estimulante, fluída, única, divertida, económica em tempo e que desafia a nossa perícia e criatividade num diálogo que tinha tudo para ser banal, mas tornámo-lo num texto original com direitos de autor. 
Enfim, é um buffet com livre trânsito de palavras, bem temperadas e com especiarias escolhidas a dedo, é uma dança primorosa em que adivinhamos os passos uma da outra.
O que é que torna tudo tão perfeito? Não sei, talvez o facto de sermos manas!

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